segunda-feira, 19 de abril de 2010

Constituição como instrumento de inclusão


"Esse trabalho que o Senado Federal desenvolve, de imprimir e disponibilizar publicações em braile para entidades que prestam apoio ao deficiente visual, isso sim é inclusão, de verdade". O comentário foi feito pela presidente da Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), Josélia Almeida, durante solenidade de doação de livros em braile a três entidades que prestam apoio ao portador de deficiência visual no Ceará. Ela elogiou também o conteúdo dos títulos e a qualidade de impressão.
Ítalo Gutyerrezz, 16 anos, aluno do Instituto Hélio Góes - escola filantrópica que pertence à SAC - considera que a impressão das obras em braile do Senado está entre as melhores feitas no país. Ele avaliou que os livros têm os pontos em relevo bem definidos, o que facilita a leitura através do tato. Seus colegas de escola, Thayná Viana, 12 anos, e Lucas Lima, 16, concordaram com a opinião.
Dos três estudantes do Instituto Hélio Góes que estiveram presentes à solenidade de entrega do braile, realizada na noite da última sexta-feira (16) durante a IX Bienal Internacional do Livro do Ceará, apenas Lucas consegue ler livros impressos com tinta. Mas, para isso, a letra precisa ser ampliada. Ítalo e Thayná dependem das publicações em braile para praticar a leitura.
A biblioteca da SAC dispõe de livros em braile e também gravados em áudio. São obras de Machado de Assis e de José de Alencar, mas também de Dan Brown e da escritora britânica J. K. Rowling, autora das histórias de Harry Potter. Lucas, Ítalo e Thayná estão ansiosos para ter em mãos a saga Crepúsculo. Ao Senado, eles sugeriram a impressão em braile de obras de Rui Barbosa.
Relação com a sociedade
A diretora-geral adjunta do Senado, Andrea Valente da Cunha, o diretor da Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Florian Madruga, e a assessora especial da Presidência do Senado, Bibiana Texidor Dantas, participaram da solenidade. Ao entregar o kit de obras em braile para a Biblioteca Municipal Dolor Barreira, Andrea Valente destacou o trabalho que o Senado desenvolve no sentido de cada vez mais se aproximar da sociedade. Ela também falou sobre o esforço da instituição para tornar sua página na internet mais acessível aos portadores de deficiência visual.
A Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel foi a terceira entidade a receber as publicações em braile do Senado, sendo representada no evento por Thamyle Vieira Machado e Carlos Antonio Paulino. Thamyle Machado tem 26 anos, sofre de glaucoma e catarata congênita e trabalha na formatação, impressão e no atendimento do setor braile da biblioteca, mesma função de Carlos Antonio Paulino, 23 anos. Os dois concluíram o ensino médio e estão se preparando para a universidade.

O acervo do setor braile da biblioteca Menezes Pimentel chega a 3 mil publicações. Conforme Thamyle Machado, a Constituição de 1988 doada pelo Senado, atualizada até a Emenda 64/2010, será muito útil, já que os exemplares atualmente disponíveis estão gastos pelo uso e também desatualizados. Carlos Paulino pediu ao diretor Florian Madruga que analise a viabilidade técnica de o curso de revisor braile, que será oferecido em breve pelo Senado, ser disponibilizado também a distância.

Roberto Homem / Agência Senado(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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