sexta-feira, 30 de abril de 2010

Movimento Coletivo - Gustavo Portela

Durante três meses, Gustavo Portela dependeu da agenda de muita gente. Se fulano e cicrano estivessem disponíveis, passando pela cidade, com tempo livre, remanejando compromissos, lá ia o baixista aproveitar aquele tempo. É que o disco solo, que será lançado em duas ocasiões, nasceu como um projeto próprio, mas foi se mostrando coletivo, e assim findou. Movimento, projeto ganhador do edital de Incentivo às Artes para Portadores de Deficiência da Secultfor (o músico tem uma má formação congênita na mão direita), é lançado hoje e dia 23 de maio.
Hoje na Sociedade de Assistência aos Cegos/ Instituto dos Cegos, e no final de maio no teatro do Centro Dragão do Mar. "Hoje vai ser um trio de violão, baixo e percussão. Vamos fazer um repertório um pouco mais popular, tocar um forró pé de serra, um Luiz Gonzaga, um Caetano Veloso, por exemplo, mas tudo na linha da gente".
Mas composições do disco vão estar lá, claro. Quase todas, na verdade: Gustavo explica que apenas as instrumentais Funky, Em Buenos e Desligando vão ficar de fora. No teatro do Dragão do Mar é que a coisa pega, com tanto músico no palco. ``Metade do disco meu é e a outra metade de gente que convive ou trabalha comigo. Vou conseguir juntar todo mundo``, garante. Os arranjos, todos, são de Gustavo, e o gás ele dividiu com Danilo Guilherme. "O Danilo é minha influência de muita coisa, é mais velho, já tocou com uma galera, eu acho ele um puta músico, excelente compositor. Eu pedi pra ele acompanhar. E acabou fazendo uma música especialmente pro disco".
Aqui, Gustavo fala de Ei Morena. A segunda composição de Danilo no projeto é Movimento, que já fazia parte do repertório dos dois. Subscrevem as letras, além de Danilo, Pantico Rocha e Marcus Dias, com Ela, e Daniel Groove, com Perfume ao Vento. As outras seis faixas do disco (a última delas, o Funky já mencionado, não vem creditado pelo autor) são de Gustavo sozinho ou em parceria com os amigos. Entre eles, gente que é fácil ver na noite ou nas bandas da cidade, como o percussionista Igor Caracas, a cantora Andréa Piol, o guitarrista Victor Colares (O Garfo), os cantores Vitoriano (Transnacionais e ex-Alegoria da Caverna) e Zoo (ex-Jumentaparida e atual vocalista do Alegoria), o multiinstrumentista A. Pessoa Bob, o saxofonista Márcio Rezende...
E por aí vai. "Os amigos foram chegando, dando ideias. Acabou virando um disco coletivo".
E o músico lança suas próprias impressões sobre o trabalho. "Você vê que o disco tem uma sonoridade mais tradicional. A ideia, desde o início, era ser um disco de produtor. Eu trabalho com estúdio``, explica. Essa sonoridade, apesar de tradicional, na opinião do músico, é diversa. Vai do reggae de Movimento, talvez escolha marcada pela presença vocalista Mariano & cantor do estilo que estava à frente da banda Green Feeling e resolveu morar em Canoa Quebrada & até o sambinha d-Ela. Para todos os ouvidos.

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