O défice de docentes habilitados para interagirem com os cidadãos portugueses com Necessidades Educativas Especiais (NEE) deixa dez mil surdos portugueses sem o devido acompanhamento escolar, por não terem Professores que “gestualizem” com eles, revela o Departamento de Ciências da Educação e do Património (DCEP) da Universidade Portucalense (UPT).
Segundo António Vieira, docente do DCEP, apesar do reconhecimento oficial, em 1997, da língua gestual portuguesa como língua materna da comunidade surda, sendo a segunda língua oficial do país, o Governo demitiu-se das suas responsabilidades no que respeita à formação de Professores para alunos surdos, o que resulta numa grave discriminação social para quem sofre desta deficiência.
“Para um surdo a língua gestual portuguesa é a sua língua materna, mas se na escola, nos diferentes graus de ensino, o Professor não tem competências para comunicar com ele, então, ao nível da formação do indivíduo, o Governo distingue entre portugueses de primeira e portugueses de segunda categoria”, contesta.
Recordando que cerca de 98% dos cidadãos surdos são filhos de pais ouvintes, o especialista em Educação Especial e autor do Gestuário de língua gestual portuguesa (1991) lamenta ainda que estes não tenham direito a qualquer apoio público para desenvolverem competências que lhes permitam comunicar na língua dos filhos.
“O Estado deveria ter preocupações visíveis com uma questão que diz respeito à dignidade humana e desempenhar um papel mais activo no sentido de dotar quer a Escola, quer os cidadãos, com os instrumentos necessários para que se possa construir um ensino e uma sociedade verdadeiramente inclusiva”, reforça.
Embora a falta de formação adequada aos Professores de Educação Especial afecte todos os alunos com NEE, a surdez levanta barreiras que nem as novas tecnologias aplicadas ao ensino conseguem contornar.
“Há hardware e software desenvolvidos especificamente para pessoas com deficiências mentais e também para cegos, mas no caso dos surdos as tecnologias não representam qualquer mais-valia comuicacional, o que reforça ainda mais o isolamento em que vivem e a necessidade de melhor formar os futuros docentes da área, para que possam estabelecer uma verdadeira comunicação com eles”, conclui.
Com estas preocupações como pano de fundo, a UPT, em parceria com a Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, promove, dia 7 de Junho, às 17h30, no Auditório 201 da UPT, duas Conferências, integradas no Ciclo Luso-Espanhol, sobre Educação Inclusiva.
A primeira Conferência, subordinada ao tema “A Inclusão e o Pensar as Diferenças”, será proferida por António Magalhães, docente da Universidade do Porto, enquanto que a segunda, sob o tema “Redes Educativas locales: la educación inclusiva”, contará com o discurso de Angeles Parrilla, docente da Universidade de Sevilha.
Segundo António Vieira, docente do DCEP, apesar do reconhecimento oficial, em 1997, da língua gestual portuguesa como língua materna da comunidade surda, sendo a segunda língua oficial do país, o Governo demitiu-se das suas responsabilidades no que respeita à formação de Professores para alunos surdos, o que resulta numa grave discriminação social para quem sofre desta deficiência.
“Para um surdo a língua gestual portuguesa é a sua língua materna, mas se na escola, nos diferentes graus de ensino, o Professor não tem competências para comunicar com ele, então, ao nível da formação do indivíduo, o Governo distingue entre portugueses de primeira e portugueses de segunda categoria”, contesta.
Recordando que cerca de 98% dos cidadãos surdos são filhos de pais ouvintes, o especialista em Educação Especial e autor do Gestuário de língua gestual portuguesa (1991) lamenta ainda que estes não tenham direito a qualquer apoio público para desenvolverem competências que lhes permitam comunicar na língua dos filhos.
“O Estado deveria ter preocupações visíveis com uma questão que diz respeito à dignidade humana e desempenhar um papel mais activo no sentido de dotar quer a Escola, quer os cidadãos, com os instrumentos necessários para que se possa construir um ensino e uma sociedade verdadeiramente inclusiva”, reforça.
Embora a falta de formação adequada aos Professores de Educação Especial afecte todos os alunos com NEE, a surdez levanta barreiras que nem as novas tecnologias aplicadas ao ensino conseguem contornar.
“Há hardware e software desenvolvidos especificamente para pessoas com deficiências mentais e também para cegos, mas no caso dos surdos as tecnologias não representam qualquer mais-valia comuicacional, o que reforça ainda mais o isolamento em que vivem e a necessidade de melhor formar os futuros docentes da área, para que possam estabelecer uma verdadeira comunicação com eles”, conclui.
Com estas preocupações como pano de fundo, a UPT, em parceria com a Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, promove, dia 7 de Junho, às 17h30, no Auditório 201 da UPT, duas Conferências, integradas no Ciclo Luso-Espanhol, sobre Educação Inclusiva.
A primeira Conferência, subordinada ao tema “A Inclusão e o Pensar as Diferenças”, será proferida por António Magalhães, docente da Universidade do Porto, enquanto que a segunda, sob o tema “Redes Educativas locales: la educación inclusiva”, contará com o discurso de Angeles Parrilla, docente da Universidade de Sevilha.
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