sexta-feira, 11 de junho de 2010

Motoristas ameaçam parar 100% se greve for considerada ilegal


Em seu 3º dia, a greve continua transtornando a população com retenção de ônibus nas garagens e bloqueio de terminal

"Se a Justiça declarar a greve ilegal, nós vamos parar 100%". A ameaça é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), Domingo Neto, ao comentar o dissídio encaminhado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) à Justiça do Trabalho. Os empresários, por sua vez, alegam que há abusos dos trabalhadores.

De acordo com Domingo Neto, a greve está apenas no seu começo e somente as assembleias poderão deliberar pelo seu término. Ele afirmou ainda que tem funcionado a estratégia de reter ônibus nas garagens de algumas empresas a cada dia, obedecendo os percentuais de circulação de ônibus, como determinou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Enquanto isso, o diretor do Sindiônibus, Dimas Barreira, voltou a protestar contra o que ele classifica como "abuso". Ele foi enfático ao afirmar que a retenção nas garagens vem sendo feita por meio de promessas que não poderão ser cumpridas e resultam em atrativas para motoristas, cobradores e fiscais.

"Estão prometendo que não serão descontados os dias parados, nem que haverá demissão para quem faltar ao trabalho. Isso é tão irreal quanto a promessa de que a luta vai chegar à conquista de um reajuste de 45%´´, afirmou Barreira. Ele informou também que a paralisação de ontem nas empresas Viação Urbana, Maraponga e Vega implicou na ausência de cerca de 490 ônibus, que compõem a frota circulante em Fortaleza. O diretor do Sindiônibus disse que ainda é prematuro mensurar os prejuízos financeiros, decorrentes dos três dias de paralisação parcial.

No entanto, tornou a manifestar sua crença de que a Justiça acatará o dissídio, bem como levará em consideração as denúncias de abusos, praticadas pelas lideranças da entidade representativa dos trabalhadores.

Dissídio

A audiência que analisará o pedido de dissídio coletivo feito pelo Sindiônibus acontece a partir das 8 horas desta sexta-feira, na sede do TRT, 7ª Região. O desembargador José Antônio Parente da Silva deve ouvir as partes e decidir sobre o reajuste salarial em questão.

Já em relação aos recursos impetrados pelos sindicatos: o de reconhecimento de abusivo do movimento grevista, por parte do Sindiônibus e a redução da frota nos horários de pico, de 70% para 50% e nos demais horários para 30%, o desembargador só deverá se manifestar posteriormente, acredita a assessoria de imprensa do TRT.

Surpresa

Os usuários do Sistema de Transporte Integrado (terminal) de Antônio Bezerra viveram ontem, uma hora de sufoco(tempo estabelecido) pelo Sintro para a parada-relâmpago. Ás 12h20, passageiros que estavam no terminal tiveram que ficar na espera, já os ônibus que chegavam não tinham acesso e os passageiros desciam fora sem saber para onde seguir. O trânsito no entorno congestionou. Naquele terminal circulam 230 mil passageiros por dia.

Em seu relatório, que é encaminhado ao TRT, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) não só registrou as paralisações acontecidas nas garagens, em que 354 veículos dos 490 existentes não circularam pelas 88 linhas que atendem, prejudicando 275 mil usuários, mas fez constar a obstrução na passagem de acesso do terminal do Antonio Bezerra.

O balanço de ontem feito pela Etufor sobre a frota operante na Capital apontou 716 (40%) ônibus no horário de 5h38; 1031 (59%), 6h39; 1070 (61%), 7h10; 1099 (62%), 7h56; 1103 (63%), 8h09; 922(52%), 9h09; 824 (47%), 10h16; 804 (455), 11h08; 813 (46%), 12h16; 783 (44%), 13h11; e 746 (42%), 14h15.


Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita! Volte sempre!
Deixe aqui seu comentário ou entre em contato conosco pelo e-mail: sacescola@gmail.com