quarta-feira, 16 de junho de 2010

9° dia da greve de ônibus em Fortaleza



Os transtornos para voltar para casa foram ainda maiores, ontem, com a falta de coletivos durante a partida

Motoristas parados assistindo ao jogo do Brasil, enquanto muitas pessoas esperavam nas filas dos ônibus no Terminal da Parangaba, em Fortaleza. Como se não bastasse todo o sofrimento provocado pela greve que está completando nove dias, o usuário de transporte público teve de enfrentar mais essa situação, na tarde de ontem.

Uma televisão foi colocada na entrada de pedestre do terminal, onde motoristas, funcionários e passageiros assistiam à partida. Alguns que não conseguiram pegar o coletivo resolveram parar para ver o jogo. Esse foi o caso do estudante Diego Teles Correa. Ele queria ir ao Benfica encontrar uns amigos, mas desistiu quando chegou ao terminal. "Tentei pegar um ônibus, mas não consegui, então resolvi esperar a partida terminar", disse o estudante.

A auxiliar de dentista Carla Suyane Oliveira já esperava há uma hora por um ônibus. Ela saiu do trabalho cedo, mas já não tinha esperança de chegar nem para o segundo tempo.

Além disso, a população não estava informada de que os ônibus iriam parar por causa da Copa. A recepcionista Alexandra Maria Pereira já estava preparada para esperar a tarde toda pelo transporte no terminal. "Moro no Aracapé e não sei que horas vou chegar em casa, ainda mais com a falta dos coletivos. Não sabia que eles não rodariam na hora do jogo", disse.

Boa parte dos trabalhadores que foram liberados mais cedo para assistir à partida em casa, não conseguiu chegar a tempo. A cena mais comum no Centro da Capital era a de pessoas correndo em busca de um meio de transporte a qualquer custo. No entanto, em decorrência da greve e da paralisação, em virtude da Copa, poucos ônibus e topiques rodavam. Quando passavam, já estavam lotados. A disputa por um lugar era grande.

Carona

A vendedora Aline Sampaio, que trabalha na Rua Guilherme Rocha, teve de pedir carona para voltar para casa. "Fui liberada cedo do trabalho, mas não adiantou porque não consegui pegar ônibus", lamentou.

Foi o que aconteceu também com a comerciante Gabriela Soares. Ela foi com o filho comprar adereços e blusas para o jogo, mas não conseguiu pegar o transporte a tempo de assistir à partida em casa. "Eles (os ônibus) estão passando em número reduzido e alguns não param", reclamou. Também nas paradas muita gente ainda esperava pelos coletivos, mesmo quando já havia iniciado o jogo.

Determinação

Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), algumas tabelas pararam na hora da partida, o que é uma prática já determinada pelas empresas, realizada em todas as Copas. As pausas se repetirão nos jogos do Brasil.

PERCENTUAIS

Sindicatos trocam acusações sobre frota

A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), em relato emitido ontem ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) 7ª Região, informou que percentuais e horários estipulados pelo órgão em medida Cautelar Inominada, impetrada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) não estão sendo cumpridos por parte do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro).

De acordo com a Etufor, os 396 ônibus pertencentes as empresas Vega, Santa Maria e Dragão do Mar deixaram de circular ontem, de 4h30 às 7h, permanecendo parados em suas garagens. Segundo ainda a empresa, os percentuais da frota operante nos horários de pico e demais horários compreendidos entre às 15 horas da última segunda-feira e as 11 horas da terça-feira, considerado período de maior demanda, variaram de 42% a 62%, não atingindo os 70% exigidos em lei.

O Sindiônibus acusou, ontem, o Sintro de ter ocasionado, com suas paralisações e "operação tartaruga", confusão no terminal da Parangaba, revoltando muitos usuários. Com os atrasos, trocadores, motoristas e profissionais da Etufor foram alvo de violência.

Já o Sintro, através de seu assessor jurídico, Valdir Pereira, nega descumprimento dos percentuais estabelecidos e acusa o Sindiônibus de reter 20% dos ônibus nas garagens e em acordo com a Etufor camufla os números da frota circulante.

Fonte: Diário do Nordeste

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