sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

OFICINA DE CORDEL / SAC

O Instituto Hélio Góes realizará na próxima semana uma Oficina de Cordel para os alunos da Reabilitação. Esta atividade é mais uma parceria da Academia de Letras e Artes da Sociedade de Assistência aos Cegos (ALASAC) com a Biblioteca Braille.
A oficina será ministrada pelo Sr. Celso Florêncio, aluno do Instituto Hélio Góes, que obteve os conhecimentos através de uma oficina de cordel realizada no ano passado.
Confira:
OFICINA DE CORDEL
Ministrante: Celso Florêncio do Nascimento
Local: Biblioteca Braille Josélia Almeida
Dias: 21/02/2011 e 22/02/2011
Horário: 13h:15min às 17h

Objetivo

A presente oficina tem como fundamento a divulgação, na Escola, de um conhecimento específico adquirido por alunos voluntários em outros órgãos e que se comprometeram a disseminá-lo entre os nossos alunos.
Espera se que esta oficina sirva de estímulo e que desperte nos participantes o poeta que está, por ventura, adormecido em cada um.
Conheça mais:

Origem

O cordel, segundo informação de muitos pesquisadores, teve início com a Escola Trovadorista, por volta da idade média. Os trovadores eram grupos de pessoas que visitavam os castelos cantando belas trovas de amor para os súditos da época. Essas trovas, daí originando o cordel dos nossos dias.

Definição - Cordel é uma composição poética utilizada para se contar uma história, quer seja real ou fictícia. Ainda com base nos historiadores, não foi estabelecida uma data fixando o marco de origem do cordel, sabe-se, todavia, que nos séculos XV e XVII já se tinha notícia da existência do cordel, logicamente, com outra denominação. Assim também não se conhece o local exato do seu nascimento. Na Espanha, na França e em Portugal essa poesia popular já era conhecida.

O Cordel no Brasil

Em Portugal, esse tipo poesia popular já existia e por isso ele chegou ao Brasil através dos seus colonizadores e logo foi absorvido posteriormente divulgado. Ele veio na mala dos colonizadores. Leandro Gomes de Matos foi o mais destacado cordelista no Brasil. Foi ele também o primeiro e o maior divulgador dessa arte, inclusive montando uma gráfica para impressão e vasta distribuição. Em seguida, vieram João de Ataíde e José Bernardo. Sendo este o responsável pela chegada e divulgação do cordel no Ceará. Portanto, foi esse trio que colocou o cordel no patamar de importância que hoje ele desfruta mais variados setores literário, inclusive nas Universidades. Leandro foi responsável por uma grande rede de distribuição do cordel.
O cordel teve grande aceitação no nordeste, especialmente nos estados Piauí, Paraíba, Pernambuco e Ceara. Atualmente Fortaleza concentra o maior número de cordelistas.
O cordel era utilizado para contar histórias de amor, dentre tantas outras, ora verdadeiras ora fictícias. A chegada do homem à lua foi uma delas. Como na época não havia jornais, revista, nem outros meios de comunicação o cordel era utilizado como informativo, também. O cordel sempre esteve presente no sertão e na cidade. Hoje ele é impresso em grandes editoras de São Paulo e em outros estados do sul e sudeste. Cordelista é o poeta que produz cordel. Anteriormente, o cordel era manuscrito, hoje se utiliza da moderna tecnologia, sem mudanças de suas características fundamentais. Atualmente o cordel vem sendo utilizado, inclusive, pelas escolas do ensino básico, com grande aceitação, e, devidamente, autorizado pelo Ministério de Educação - MEC -do País. Hoje, os cordelistas não mais figuram apenas na paisagem sertaneja, mas estão frequentemente mostrando sua arte nos grandes centros culturais nas mais destacadas redes de televisão e também no rádio. Enfim, são eles os atores principiais e de relevância da cultura popular brasileira.
Em uma palestra ministrada por um francês, no Brasil, no final século XVII, ficou esclarecido que na França, a palavra cordel significa cordão (barbante). Lá esses folhetos eram expostos pendurados em cordões, daí adveio a consagração da cultura de cordel se estabelecer com essa denominação também no Brasil. No decorrer do tempo, essa forma original de exposição do cordel, no cordão, passou a ser debatida, pelo seguinte motivo: Como nas feiras sertanejas era comum o inesperado surgimento de um fiscal tomando as mercadorias daqueles vendedores que não estivessem devidamente legalizados, tornava-se quase impossível o recolhimento dos folhetos pendurados em cordões, num pequeno espaço de tempo e correrem. Portanto, era mais prático a exposição ser feita em malas ou colocados sobre encerados no chão. Sendo assim a fuga era imediata e evitava prejuízo. Todavia, por se tratar de uma tradição francesa a exposição em cordões tornou-se um charme que ainda hoje é mantida nos mais diversos locais de vendagem dessa cultura belíssima e contagiante. No Brasil o cordel teve o seu despertar em 1889. No início essa cultura era conhecia como, brochura, folheto ou romance. Hoje é amplamente conhecida como - cordel.

Capas

A capa não caracteriza o cordel. Tanto é, que até hoje tivemos 4 tipo de capas. Capas cegas - era apenas uma galha em branco, sem nenhuma gravura. Algumas vezes constava uma síntese da estória, nome do autor e o preço. Capa com gravura - constava uma gravura de um artista tirada de uma revista ou de um jornal. A foto de um casal de namorados abraçados et. Capa com desenho - constavam belos desenhos feitos por famosos profissionais contratados pelas gráficas. Capa com xilogravura - consta uma xilogravura, que é uma gravura feita através de uma escultura em um pedaço de madeira, executada de forma inversa , onde se passa a tinta e em seguida é impressa na capa. Esta é forma mais artesanal de capa. O objetivo das capas era chamar a atenção do leitor e provocar a venda do produto.

Gêneros

A literatura popular se divide em diversos segmentos chamados gêneros. Cordel - é uma composição poética em que se utilizam várias estrofes pra se contar uma estória de amor ou sobre outro assunto. Repente - é uma de poesia improvisada onde o repentista passa uma mensagem através de uma única estrofe. Trova - é também uma forma poética onde todos os versos rimam entre se Embola - é uma forma de improviso entre dois poetas populares cada defendendo um assunto apresentado pela plateia, com o auxílio de um pandeiro. Poesia matuta - é aquela poesia em que o poeta utiliza em seus versos linguajar matuto (do homem do sertão). Os escritores desse gênero dominavam ou dominam a língua culta, porém a característica do gênero exige a naturalidade própria do homem do campo (o falar errado). Exemplo: Catulo da Paixão Cearense (que era maranhense e não cearense como se pensa), Patativa do Assaré e Juvenal Galeno. Cantoria - é uma apresentação de dois poetas populares onde fazem e cantam belos poemas, sempre ao som da viola. Aboio - esse gênero é bem mais restrito ao homem sertanejo dedicado ao pastoreio. Sempre devemos ter em mente que cada um desses gêneros, mesmo pertencendo á mesma árvore genealógica, é completamente distinto e, portanto, cada um mantém sua própria característica.

Composição textual

Para que tenhamos cordel torna-se indispensável a presença simultânea dos 5 itens seguintes:
1) verso, pé ou linha - é um verso de uma estrofe.
2) estrofe - é um conjunto de versos.
3) rima - é a combinação de uma mesmo som ao final de versos diferente.
4) métrica - é a medida poética do verso ,ou seja ,a quantidade de sílabas poéticas de um verso .o cordel é escrito em redondilha menos ( 5 sílabas ) ou em redondilha maior ( 7 sílaba ). Na grande maioria, ele é desenvolvido em redondilha maior.
5) oração - é a mensagem transmitida através da estrofe.

Modalidades

Quadra - é uma estrofe composta de 4 versos, onde o primeiro e terceiro versos são brancos ( não rimam ). O segundo e o quarto rimam entre si.
Sextilha - é uma estrofe formada por 6 versos. O segundo rima com o quarto e com o sexto, os demais são brancos.
Septilha - é uma estrofe constituída por 7 versos. Rimam o segundo com quarto e com sétimo. Quinto e sextos rimam emparelhados. Primeiro e terceiro são soltos.
Décima - é uma composição poética composta de 10 versos. Rimam o primeiro com o terceiro. Segundo com o quarto. Quinto e sexto rimam emparelhados. O sétimo com o décimo e o oitavo com o nono verso.
Não confunda décima com decassílaba.
Décima é uma estrofe com 10 versos, enquanto decassílabo é um verso com 10 sílabas.

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