segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Deficientes visuais sofrem com falta de cardápios escritos em braille

Lei municipal de janeiro de 2007 obriga que todos os restaurantes e bares do Recife disponibilizem o serviço, mas poucos estabelecimentos cumprem a medida
Comentário SACI: O texto usa o termo "portador de deficiência". Lembramos a todos que, conforme a PORTARIA Nº 2.344, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2010, a terminologia correta indicada é "pessoa com deficiência". Leia a portaria em http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=30453.

Todos os restaurantes e bares do Recife devem disponibilizar uma cópia de seus cardápios em braille. É o que informa a lei municipal datada de janeiro de 2007. Mas, em alguns estabelecimentos da cidade, a medida ainda não é cumprida. Esse fato afeta a vida de milhares de pessoas portadoras de deficiência visual, a exemplo do servidor público Geraldo Feitosa. Para ele, chegar a um restaurante e não encontrar o serviço é constrangedor.
“É algo lamentável, frustrante. Nem sempre nós podemos trocar de restaurante, até porque às vezes, a gente está à procura de determinado prato que só aquele tem. Aí nem sempre a gente troca. Se todas as pessoas sérias fizessem isso, certamente os restaurantes aprenderiam e colocariam seus cardápios impressos em braille”, diz Geraldo.
Alguns restaurantes que oferecem o cardápio indicado, mas ainda deixam de lado um pequeno detalhe: o preço. É que colocar o preço fica mais caro para o restaurante, que precisará fazer uma nova tradução toda vez que os valores mudarem. “Mas a gente até entende que os preços não estejam por conta das volatilidades do comércio. Agora se tivesse o preço seria bem melhor”, conta o servidor público.
Para evitar esse problema, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) fez um convênio com a Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur) e com a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) para a adequação dos cardápios. A Apec faz, gratuitamente, a digitação dos pratos e ingredientes na escrita dos cegos.
“O nosso objetivo, além de colocar o cardápio em braille nos restaurantes, é poder trabalhar em um grande projeto de acessibilidade. Mas essa adequação não é muito fácil, a tradução em braille é demorada, o cardápio vem um pouco maior que o tradicional”, explica o diretor executivo Abrasel-PE, Valter Jarocki.
A dona de restaurante Rose Guareschi resolveu oferecer o serviço há dois anos. Mas ela diz que a procura pelo novo cardápio ainda é pequena. “Quando nós decidimos colocar o serviço, acreditávamos que era uma carência, uma necessidade do mercado. Não acredito que isso seja irreal, mas acho que ainda existe pouca divulgação de que esses cardápios existem”, diz.
De acordo com o coordenador geral do Procon-PE, José Rangel, não há uma punição prevista para quem descumprir o convênio. “O Procon vai chegar próximo à Abrasel, ao Apec e nós vamos sentar para poder definir e resolver essa situação”, diz.
Além desse problema, os deficientes visuais enfrentam outras questões, como a ausência da linguagem nas contas de água, telefone ou luz. “Há uma lei recente que define que os serviços públicos devem emitir notas em braille também, se houver um deficiente visual na casa”, afirma José Rangel. Para isso, a pessoa deve fazer a solicitação do serviço diretamente com a companhia.
Fonte: Rede Saci

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita! Volte sempre!
Deixe aqui seu comentário ou entre em contato conosco pelo e-mail: sacescola@gmail.com