quarta-feira, 28 de março de 2012

Lei de cartas oficiais em braile entra em vigor em Belo Horizonte

Determinação vale para portadores de deficiência visual. Para Juvenal Filho, deficiente visual de 66 anos, a lei é um progresso.
Entrou em vigor no sábado (24) a lei 10.439 aprovada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte, de autoria do vereador Alberto Rodrigues (PV), que determina que os deficientes visuais recebam cartas oficiais em braile. Para isso, basta que a pessoa interessada procure a Prefeitura de Belo Horizonte, onde será feito o seu cadastramento, sem nenhum custo.

De acordo com o vereador Alberto Rodrigues, é dever da administração pública facilitar o acesso e a integração das pessoas com deficiência em todos os setores da sociedade. O vereador disse ainda que a proposta surgiu de uma necessidade, pois recebia reclamações recorrentes de pessoas com deficiência visual que tinham dificuldade frente a uma conta de IPTU, por exemplo.

“A gente vive é para aprender”, foi o que disse o ex-diretor do Instituto São Rafael, instituição especializada para deficientes visuais, José Juvenal da Cruz Filho, deficiente visual de 66 anos, ou seu Juvenal, como prefere ser chamado. Nos seus 50 anos de instituto, primeiro como aluno e depois como professor e, por fim, diretor, Juvenal Filho sempre manteve viva sua relação com a educação. Desde que aprendeu o método braile, esteve disposto a difundi-lo.

Para o ex-diretor, a lei é um grande progresso. “Tudo que se fizer nesse sentido, de levar o braile, de utilizar o braile para que a pessoa cega tenha acesso à leitura diretamente, é ótimo pra nós. Então essa lei é um avanço em Belo Horizonte”, disse seu Juvenal, que foi o primeiro deficiente visual a receber contas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Depois de passar boa parte da vida dedicando seu tempo ao ensino para deficientes visuais, Juvenal resolveu ocupar o seu tempo de aposentado com a escrita, além de outras atividades, como transcrições para o braile. Já lançou quatro livros, e, para a surpresa de alguns, seus livros falam sobre memórias de imagens bem nítidas dos rios, das árvores do seu tempo de infância em São José da Lapa, na Região Metropolitana de Minas Gerais, quando ainda tinha parte da visão.

Para os que, por algum motivo, se depararam com a cegueira, seu Juvenal é taxativo ao dizer: “O fundamental é não desistir. É apenas mais uma dificuldade que surge para se enfrentar. E, por isso, é preciso pôr um pouquinho mais de dedicação e força para superar. Sem dúvida não há nada perdido.”
Fonte informação: www.g1.com.br

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