sábado, 6 de agosto de 2011

Cariri - Deficientes visuais vivenciam a natureza


Geopark Araripe proporciona contato de deficientes visuais com a natureza, além de novos conhecimentos

Juazeiro do Norte. Uma oportunidade para conhecer um pouco da biodiversidade da Chapada do Araripe. E são estudantes da Unidade de Educação Especial que têm feito o experimento, pela primeira vez, na ponta dos dedos, pela escuta ou simplesmente sentido a brisa na face, na Floresta Nacional do Araripe (Flona). Ontem e hoje está sendo realizada, pela primeira vez, para 20 alunos de 15 escolas públicas municipais do Crato, em parceria com o projeto Geopark Araripe, o projeto-piloto "Atividades de sensibilização de crianças com deficiência visual".

Pais e professores também estiveram envolvidos nas atividades. Ontem pela manhã, no Centro de Interpretação do Geopark, no Parque de Exposições, em Crato, os estudantes conheceram peças de fósseis e também fizeram réplicas, com a massa especial, por meio da orientação de estagiários do projeto e voluntários. As professoras e coordenadoras das escolas acompanharam as atividades, o que consideram uma ação única e que promove, acima de tudo, a inserção dos alunos da educação especial.

A intenção, segundo os organizadores, é trabalhar uma metodologia para sensibilizar portadores de deficiências visuais na percepção do meio ambiente e dos elementos característicos do território do Geopark. Ontem, foi realizada a vivência com as crianças no Centro de Interpretação.

Além do contato com os fósseis, as crianças e adolescentes, puderam perceber os minerais, plantas, espécies de animais típicos da Chapada, como o soldadinho-do-araripe, e outros elementos. Também foi usada a metodologia de percepção dos sons do ambiente e de pássaros da Flona, por meio da exibição de vídeo.

Hoje, a partir das 8 horas, será realizada uma trilha no Belmonte, na floresta nacional, adaptada para portadores de deficiência visual. Essas ações, de acordo com a equipe do Geopark, pretendem viabilizar a educação inclusiva para alunos com deficiência. Segundo a secretária executiva do Geopark, Flávia Lima, essa ação poderá ser desencadeada nos outros Municípios da região, que envolvem o território do projeto.

A coordenadora da Unidade de Ensino Especial, Maria Margareth Correia dos Santos, da Secretaria de Educação do Crato, afirma que essa é uma oportunidade que vai enriquecer a experiência de trabalho com os alunos da educação especial. "O toque e a relação com a natureza são importantes", diz. Outro ponto destacado é a abertura da universidade para perceber a necessidade de inclusão e possibilitar isso para outras instituições. Ela destaca a adesão de outras escolas de sua cidade ao projeto do Geopark.

Para Flávia Lima, esse poderá ser um trabalho até pioneiro na área de Geoparks. Ela trouxe a ideia do trabalho que pôde desenvolver no Paraná. E com isso, foi feito um planejamento para as adequações ao Geopark Araripe. "Temos a intenção de, além de trabalhar com outros Municípios, poder dar oportunidade para pessoas com outras necessidades especiais", explica a secretária executiva.

A estudante Maria de Fátima Sousa e Silva, de 8 anos, brincou muito pela manhã e também aprendeu a fazer réplicas de fósseis. A cada toque, um despertar para conhecer os fósseis de uma área tão abundante, como a Chapada do Araripe, que faziam parte de um mundo desconhecido da aluna da escola Dom Vicente, em Crato.

A professora de Braille, Juliana Sousa, levou duas de suas alunas para participar da vivência. Ela disse que essas ações promovem o desenvolvimento táctil das crianças. "Essa é a primeira oportunidade que esses alunos estão tendo e só vem agregar conhecimento, além de diversão", diz ela.

Fonte: Diário do Nordeste

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