quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Navegar é preciso, viver não é preciso!

Quem não conhece este Lema?

Na época das grandes navegações e descobertas de novas Pátrias, assim era o pensamento dos conquistadores. Avançar sobre os mares, singrando as águas com as frotas ávidas por territórios e riquezas, era tarefa para fortes e destemidos.
Avistar morros e gritar "Terra à vista", significava mais ouro, mais escravos, mais poder e posses para a "Coroa".
Agora, na era dos grandes tiroteios, os oceanos não são mais singrados pelas embarcações, os conquistadores avançam pelas íngremes vielas da favela, com seus blindados e tanques de guerra, porém, da mesma forma que as Naus desbravadoras dos mares, ávidos por poder e posse. Hoje, se ouveo grito: "Morro à vista", mas ninguém vê os traficantes que se perderam de vista. Traficar é preciso, combater o tráfico não é preciso!
Na sociedade conteporânea, parece ser o novo lema, pois, tudo se trafica: Há tráfico de influências, há tráfico de ideologias, há tráfico de Doutrinas, há tráfico de mentiras, há tráfico de seres humanos, enfim, traficantes de todos os matizes. Talvez, tudo tenha começado quando os navegadores aportaram nas praias dos mundos ainda desconhecidos. Antes das descobertas, a natureza, os seres viventes, as ordens sociais, as tradições e tudo mais, viviam empaz, sem o tráfico instituído. Depois que as almas provaram da substância entorpecente da dominação, fizeram nascer um sistema que agora, se alimenta do verbo traficar. Melhor escrever um poema, ao invés de ficar traficando vãs filosofias...
TRÁFICO NA NOITE
Autor: Paulo Roberto Cândido
Ando pela noite com medo de que um beijo perdido não me acerte ou de que um traficante de ilusões não me vicie. Bebo pela noite o orvalho e embriago-me de manhãsque chegam de cara limpa.
Espero novamente a noite chegar para cheirar o pódas flores noturnas esquecidas e ficar chapado de natureza até amanhecer de novo, as vidas. Ando pelo povo em segredo pelo que faço à noite;
Amo todas as luas que desfilam nuas no céu sem nuven se espio todas as estrelas que pulsam sem vergonha.
Ando por aqui comigo que não deixo a noite passear em paz. Lentamente, sempre procuro nela os prazeres de viver plenamente.Vou continuar o tráfico na noite destes sentimentos que me viciam e que me fazem feliz, certamente
Poema do Livro Viagem ao Céu Particular
Paulo Roberto Cândido
Cadeira 29 da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza-AMLEF

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