segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Proclamação da República - 121 anos


Desde que o marechal Deodoro da Fonseca derrubou a monarquia, há 121 anos, o Brasil foi comandado por vários tipos de governo - a começar pelo governo provisório que assumiu o poder em 1889 até chegar à plenitude democrática atual. Desde então, porém, jamais deixou de ser República, regime que se opõe à hereditariedade e ao direito divino.

A República surgiu de um golpe militar comandado pelo marechal Deodoro, que no dia 15 de novembro de 1889 agrupou suas tropas e tomou o Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro. "Havia a dúvida se era uma mudança de gabinete ou se realmente havia sido deposta a monarquia", afirma a historiadora e cientista política Maria Izabel Noll, professora da Ufrgs.

Afinal, o próprio marechal Deodoro era tido como fiel ao imperador dom Pedro II. Os políticos alinhados com o pensamento republicano tiveram participação secundária no movimento, incluindo os gaúchos (Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e Pinheiro Machado). "Esse pessoal quase soube da proclamação da República por telegrama. Não sabia o que tinha acontecido", explica Maria Izabel.

Os republicanos defendiam que o novo regime aproximaria o Brasil das nações mais desenvolvidas e das instituições modernas. Grande parte dos países da América Latina já havia aderido ao sistema. No Chile, por exemplo, a república havia sido proclamada 70 anos antes. "Esses países, mesmo com muitas dificuldades, tiveram praticamente todo o século XIX e o XX como república. Boa parte deles conseguiu fazer processos de inclusão cidadã melhor que o Brasil", observa.

Segundo ela, essas nações caminharam rumo a um liberalismo mais democrático, diferente do caso brasileiro. Os analfabetos, por exemplo, só ganharam direito ao voto em 1988. O prolongamento da monarquia, no entanto, contribuiu para a manutenção do território nacional.

Quanto ao futuro da República, a expectativa é pelo aperfeiçoamento, já que se trata de um processo em construção. "Se manter o quadro como está, a tendência vai ser de um crescimento. O Brasil tem fôlego para um período bastante razoável", acredita a historiadora.

Embora considere a eleição da primeira mulher presidente, Dilma Rousseff, como um fato simbólico, ela afirma que o desempenho do país depende muito da conjuntura internacional e da relação entre política e economia. "A economia é globalizada e existem definições de políticas que afetam o Brasil. Há um processo intenso de mudança nessa conjuntura." Essas variáveis, segundo Maria Izabel Noll, deixam uma incógnita sobre como serão os próximos anos.
Obs: Ao longos dos anos o Brasil já teve 35 representantes do povo (Presidentes).

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