sexta-feira, 18 de maio de 2012

Deficiente visual completa 10 anos de fotografia em Sorocaba, SP

Em 2002, Teco Barbeiro redescobriu o mundo. Com apenas 5% da visão, o então estudante de jornalismo se matriculou em um curso de fotografia. Apesar de não acreditar em sua própria capacidade na época, Teco revela ao G1 que hoje é testemunha de que não existem limites para a vontade humana. “Fotografia é a minha vida”, define o jornalista, assessor de imprensa, fotógrafo e professor.

Nascido em Sorocaba (SP), Antônio Walter Barbero, 30 anos, conta que a paixão pela comunicação o levou a cursar jornalismo. “Na faculdade conheci o Werinton Kermes, que trouxe a proposta de um curso de fotografia para deficientes visuais”, relembra Teco, que, assim como os outros convidados para o curso, achou a ideia do fotógrafo e cineasta absurda. “Ficávamos nos perguntando como uma pessoa privada da visão poderia fotografar, achávamos impossível”, relembra.

Admirável mundo novo

Após as primeiras aulas, as barreiras impostas pelos próprios alunos começaram a ser quebradas. “Começamos a usar muito mais nosso lado sensorial, então entendemos que a fotografia para o deficiente visual é feita pelos sentidos”, esclarece Teco. Nos dois primeiros meses do curso de um semestre, os alunos trabalharam para fortalecer o lado sensorial.

“Daí pegamos nas máquinas e começamos o trabalho de capturar imagens”, conta Teco, que relembra a confiança que o grupo de deficientes visuais conquistou. “Pois é, o preconceito estava em nós mesmos”, diz. A partir desta etapa, Teco Barbero nunca mais abandonou a câmera. Ele começou a realizar uma série de eventos, comerciais e campanhas.

Ensinando a crescer

Com estas conquistas, em 2010, Teco foi convidado para dar aulas de forma voluntária em um mini-curso de fotografia na capital paulista. Desde então, ele viajou por diversas partes do país para ensinar a arte de escrever com a luz a todos os tipos de pessoas. “Nós deficientes visuais que nos aventuramos pela arte da fotografia provamos que, para quem captura imagens, a luz não é o mais importante, pois nós fazemos fotos com a sensibilidade da nossa alma”, conta.
No início deste mês o fotógrafo seguiu para o interior do Rio Grande do Sul, convidado pela professora de fotojornalismo de uma universidade federal. “A universidade recebeu pela primeira vez uma aluna deficiente visual e não sabiam como ensiná-la. É triste, mas falta preparação para os professores do nível superior como um todo. O deficiente quer vencer seus limites e cursar uma faculdade, por isso eles precisam se preparar”, destaca Teco.

Conhecimento
“Um homem que registra imagens com a visão da alma”. Esta é a frase que define o profissional Teco Barbero em seu site. Ele disse ao G1 que procura por um ajudante, que seja tão apaixonado quanto ele pela fotografia.

“Pode ser uma estudante ou uma recém formada, mas preciso de uma pessoa de confiança para me acompanhar nos eventos e trabalhos que realizo. Alguém que esteja disposto a aprender junto comigo e a me ensinar também”, define. As pessoas interessadas poderão entrar em contato através do e-mail: barbero51@r7.com

Fonte: G1

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